19 fevereiro 2011

A prática machista camuflada no feminismo

Reproduzo, texto da camarada Aline da Bahia, retirado do site da UJS:


Seg, 10/05/10 11h26

No calor da eleição para o DCE da UFBA, a Juventude do PT, como é de praxe entre todas as forças políticas que atuam no M.E., começou a entoar os gritos de guerra de costume. Nós, da UJS, no clima da eleição e sem a intenção de criar confusão, respondemos dando as costas e dançando. Neste momento, fomos surpreendidas com a entoação de palavras ofensivas, que diziam que a UJS tinha apenas peito e bunda. E é sobre este fato que gostaria de tecer alguns comentários.
Ao dizer que "a UJS só tem peito e bunda", o que se afirma é que as mulheres da União da Juventude Socialista não possuem conteúdo político e se utilizam do corpo para alcançar seus objetivos. Nesse sentido, duas abordagens são necessárias.
A primeira é sobre a forma como nós, da UJS, mulheres e homens, construímos as lutas e fazemos política. Nossa organização se edifica a partir do amadurecimento das idéias, com amplos debates que buscam o consenso através do convencimento. Este método exige da militância muito estudo para que a discussão política seja travada com alto nível e com argumentações que sejam capazes de convencer nossos camaradas sobre qual o melhor caminho a seguir.
A segunda diz respeito à luta feminista que a UJS constrói, junto com a UBM, em diversos espaços e movimentos. A luta feminista e a luta antirracista fazem parte do processo de construção do socialismo. Entendemos que é preciso superar essas questões para, só então, alcançar igualdade plena de direitos. Ainda assim, nos deparamos com a intensificação da luta de gênero diariamente e, mesmo no seio do movimento social, temos que enfrentar o machismo. Para nós fazermos política, precisamos nos desvencilhar de uma carga imensa de pensamentos atrasados que permeiam esse universo. O preconceito, reflexo do machismo dos homens, já é velho conhecido das mulheres militantes.
A questão a que quero me referir aqui, em relação às palavras vexatórias e desqualificantes que nos foram empregadas, é ainda mais preocupante. Trata-se de terem sido orquestradas com a participação de mulheres que, a priori, são nossas aliadas na luta pela emancipação feminina. As mulheres que entoaram o dizer "a UJS só tem peito e bunda" são as mesmas que dizem "legalizar o aborto, direito ao nosso corpo" e "o movimento que eu faço tem mulheres em todos os espaços". Observamos que, nesse contexto, há uma contradição que se reflete na prática, uma vez que não basta que as mulheres estejam em todos os espaços se não conseguirmos enxergá-las a partir da contribuição política e capacidade de intervenção que elas possuem.
A contradição se acentua quando mulheres que exigem a liberdade sobre o nosso corpo o utilizam como meio de intimidação ao debate político. Dizer que nós só temos peito e bunda é nos reduzir ao que certos homens tentam fazer nos espaços que disputamos.
No séc. XXI, as mulheres começam a colher frutos das lutas emancipacionistas que as Dandaras, Luizas e Loretas forjaram em seus momentos.  Nós somos mulheres por excelência, com conteúdo político, disposição e garra para construir uma sociedade sem machismo e sexismo. Somos mulheres completas, com direito à vaidade, ao peito e à bunda. Mas não é isso que nos referencia. A luta emancipacionista perpassa pelo desprezo às características físicas. Não é comum que os belos homens que atuam na política sejam pautados pela sua beleza. Com nós mulheres, isso não deve ser diferente. A nossa capacidade de articulação e percepção da realidade vem da escola do socialismo, que muito nos orgulha. Nossas referências são de gestoras, professoras, artistas,  sindicalistas, mulheres guerreiras e trabalhadoras, como Loreta Valadares, Alice Portugal, Jandira Fegalli, Olívia Santana, Luciana Santos e tantas outras camaradas que nos honram nos espaços políticos que ocupam, não pelas suas qualidades físicas, mas pelas contribuições dadas para o amadurecimento das questões de gênero e pela forma qualificada e comprometida com que atuam.
No momento em que me dei conta de que as nossas companheiras na luta do combate ao machismo estavam nos pautando pelas características físicas, como se nós não pudéssemos ter sido agraciadas, de alguma forma, pela natureza também no aspecto anatômico, me acometeu um sentimento de decepção. Passou pela minha mente o caso da moça da UNIBAN em São Paulo. A situação vexatória a qual foi submetida por seus colegas de universidade, por estar vestida de modo a demonstrar o poder que tem sobre o seu corpo, em pouco se diferencia do constrangimento ao qual fomos submetidas na noite de 29 de abril, no PAF 3, afora o substancial fato de quem patrocinou o ato.
Naquele momento, me dei conta de que o caminho para alcançar a superação do machismo é uma longa estrada a ser percorrida. Pergunto-me quais de nós possui o real e necessário compromisso com esta questão. Quantas de nós estamos livres da chaga machista e aptas a enfrentar debates sobre a nossa sociedade, sendo vistas apenas como seres políticos? A decepção é larga e profunda. Ser hostilizada por mulheres que se apresentam como aliadas – que atuam através da MMM (Marcha Mundial de Mulheres), que travam batalhas, junto com  a UBM (União Brasileira de Mulheres) e outras tantas entidades representativas da mulheres, no sentido de fazer um presente e construir um futuro  de igualdade e equidade de gênero – é de uma dor desmedida.
Junto com a decepção, surge também a vergonha. Parece que, de alguma forma, os anos de labuta, ali, foram reduzidos a pó, por companheiras que se mostraram confusas e imaturas em sua atitude, deixando cair a máscara da incompreensão sobre a ação de combate, fazendo emergir o monstro do machismo. Não pretendemos dividir o movimento feminista. O que propomos aqui é uma reflexão sobre a prática e a contradição na atuação cotidiana das mulheres que o organizam. Sabemos que os segmentos de tal movimento, possuem em seus quadros muitas companheiras aguerridas que, comprometidas com a causa, trabalham para a formação e conscientização das que ainda se encontram em estágio imaturo e embrionário, muito embora tenham potencial e  predisposição para a guerra.
Esse ano, de eleição para a Presidência da República, é um marco para a luta das mulheres. Teremos uma candidata alinhada com o atual projeto de progresso e desenvolvimento social, comprometida com a soberania do país, feminista e com qualificação política. Nós, mulheres da União da Juventude Socialista, estaremos nesta batalha para conduzi-la ao posto máximo da política e do poder no Brasil.
Seguiremos empenhadas em fazer com que a sociedade supere o machismo. A luta é árdua, mas a perseverança e o objetivo são características da militância, que tem o fortalecimento da nação como caminho e o socialismo como rumo. Travaremos muitos debates para ver florescer o Brasil como nunca se viu, sem desigualdades sócio-raciais e onde nós, mulheres, sejamos vistas pela nossa competência. Seguiremos atuando para ser muito mais Brasil, como, oportunamente, preconiza o lema do 15º Congresso da UJS.

Aline Ramos Moreira é membro da Direção da UJS-BA, militante da UBM e da UNEGRO

16 fevereiro 2011

O direito de ir e vir depende de transportes caros e ineficientes - Portal Vermelho

O direito de ir e vir depende de transportes caros e ineficientes - Portal Vermelho

Cultura é usada para a reinserção social de presos de Guarulhos

Violento esse projeto hein! e eu nem sabia disso, bem do meu lado aqui na minha cidade..

Presos do regime semiaberto da Penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos (SP), estão usando a cultura como instrumento de reinserção social, por meio do projeto "Como Vai Seu Mundo?". A ideia, do juiz da Vara das Execuções Criminais da cidade, Jayme Garcia dos Santos Junior, surgiu quando ele soube que o sentenciado Marcos Omena, rapper conhecido como Dexter, foi transferido para a penitenciária, uma das quais é corregedor.

"Conhecendo o trabalho de Marcos Omena, o Dexter, propus que ele desenvolvesse um projeto de reinserção. Junto com o Instituto Crescer, fizeram a proposta de oficinas de atividades culturais." O nome do projeto veio de uma das músicas do rapper.
No anexo da penitenciária existem cerca de 480 reeducandos. "Toda vez que desenvolvemos esse tipo de projeto, é sempre muito bem aceito. O próprio Dexter fala, em sua música, que na cadeia tudo é muito quadrado, do chão até o teto."
Um show do rapper marcou o lançamento do projeto, que oferece oficinas de discotecagem, hip hop e grafite. No dia 10 de fevereiro, teve início a oficina de DJ. Todas as atividades são desenvolvidas dentro do complexo penitenciário e os participantes não recebem remuneração.
Segundo o magistrado, a procura tem sido grande. “Qualquer iniciativa que oxigene a vida na prisão motiva os setenciados." A intenção é estimular a criatividade do preso para que ele possa ser reintegrado à sociedade.
“Quando a sociedade se dispõe a entrar no cárcere para mostrar ao sentenciado que ele tem outras opções, mostra na verdade que ele é um ser humano e pode ter uma segunda chance”, destacou.
De acordo com o magistrado, é a primeira vez que esse tipo de projeto é implantado na Penitenciária José Parada Neto. A intenção é que, depois de seis meses, o Como Vai Seu Mundo? se torne permanente e faça parte do cotidiano carcerário, até que seja transformado em uma política pública de administração penitenciária, aproveitando a ideia.
Fonte: Agência Brasil

Fidel Castro: A rebelião revolucionária no Egito

 

Disse há vários dias que a sorte de Mubarak estava lançada e nem sequer Obama poderia salvá-lo. O mundo sabe o que acontece no Oriente Médio. As notícias circulam a velocidades vertiginosas. Os políticos correm atrás do tempo para ler os despachos que chegam de hora em hora. Todos estão conscientes da importância do que acontece ali.

Após 18 dias de uma dura batalha, o povo egípcio conquistou um objetivo importante: derrubar o principal aliado dos Estados Unidos no seio dos países árabes. Mubarak oprimia a saqueava seu próprio povo, era inimigo dos palestinos e cúmplice de Israel, a sexta potência nuclear do planeta, associada ao belicoso grupo da Otan.
As Forças Armadas do Egito, sob a direção de Gamal Abdel Nasser, havia lançado pela janela um rei submisso e criado a república que, com o apoio da União Soviética, defendeu sua pátria da invasão franco-britânica e israelense de 1956 e preservou a posse do Canal de Suez e a independência de sua nação milenar.
O Egito possui por isso um prestígio bastante elevado no Terceiro Mundo. Nasser era conhecido como um dos líderes mais destacado do Movimento de Países Não Alinhados, tendo participado de sua criação junto a outros conhecidos dirigentes da Ásia, África e Oceania, que lutavam pela libertação nacional e pela independência política e econômica das antigas colônias.
O Egito sempre gozou do apoio e do respeito de tal organização internacional, que reúne mais de cem países. Precisamente neste momento, o país preside o movimento pelo período que lhe corresponde de três anos. O apoio de muitos de seus membros à luta que seu povo realiza hoje não tardará a chegar.
Que significado tiveram os Acordos de Camp David e porque o heróico povo da Palestina defende de forma tão árdua seus direitos mais vitais?
Em Camp David — com a mediação do então presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter —, Anwar el Sadat, então presidente do Egito e o primeiro ministro de Israel Menahem Begin assinaram os famosos acordos entre o Egito e Israel.
Conta-se que participaram de conversações secretas durante 12 dias e em 17 de setembro de 1978 assinaram dois acordos importantes: um referido à paz entre Egito e Israel e outro relacionado com a criação de um território autônomo na Faixa de Gaza e Cisjordânia, onde Sadat pensava — e Israel conheci e compartilhava da ideia — que seria a sede do Estado Palestino, cuja existência, assim como a do Estado de Israel, a Organização das Nações Unidas determinou em 29 de novembro de 1947, no que era o então mandato britânico da Palestina.
Após árduas e complexas negociações, Israel aceitou retirar suas tropas do território egípcio do Sinai, embora tenha rechaçado categoricamente a participação naquela negociação de paz dos representantes da Palestina.
Como produto do primeiro acordo, no prazo de um ano Israel reintegrou o território do Sinai ao Egito, ocupado em uma das guerras árabe-israelenses.
Por causa do segundo, ambas as partes se comprometiam a negociar a criação do regime autônomo na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. A primeira compreendia um território de 5.640 quilômetros quadrados e 2,1 milhões de habitantes. A segunda, 360 km² e 1,5 milhão de habitantes.
Os países árabes se indignaram com aquele acordo que, como julgavam, o Egito não tinha defendido com suficiente firmeza e energia um Estado Palestino, cujo direito a existir havia sido centro as lutas livradas durante décadas pelos estados árabes.
A reação foi tão indignada que chegou ao extremo de romperem relações com o Egito. Dessa forma, a Resolução das Nações Unidas de novembro de 1947 foi apagada do mapa. A entidade autônoma jamais foi criada e assim se privava aos palestinos do direito de existir como estado independente, do qual se deriva a interminável tragédia que se vive e que deveria ter sido solucionada há mais de três décadas.
A população árabe da Palestina é vítima de ações genocidas: as suas terras são roubadas ou, nas regiões desérticas, privadas de água e as casas são destruídas com escavadeiras. Na faixa de Gaza, um milhão e meio de pessoas são sistematicamente atacadas com projéteis explosivos, fósforo e as conhecidas granadas de fragmentação. O território da Faixa de Gaza está bloqueado por terra, ar e mar. Por que se fala tanto dos acordos de Camp David e não se menciona a Palestina?
Os Estados Unidos fornecem anualmente os armamentos mais modernos e sofisticados para Israel, pelo valor de bilhões de dólares. O Egito, um país árabe, foi convertido no segundo receptor de armas americanas. Para lutar contra quem? Contra outro país árabe? Contra o próprio povo egípcio?
Quando a população exigia respeito por seus direitos mais elementares e a renúncia de um presidente cuja política consistia em explorar e saquear seu próprio povo, as forças repressoras treinadas pelos Estados Unidos não vacilaram em disparar contra ela, matando centenas de pessoas e ferindo milhares.
Quando o povo egípcio esperava explicações do governo de seu próprio país, as respostas vinham de altos funcionários dos órgãos de inteligência ou do governo dos Estados Unidos, sem respeito algum para com os funcionários egípcios.
Por acaso os dirigentes dos Estados Unidos e seus órgãos de inteligência não conheciam uma só palavra dos colossais roubos do governo de Mubarak?
Antes de que o povo protestasse em massa na praça Tahrir, nem os funcionários do governo, nem os órgãos de inteligência dos Estados Unidos diziam uma só palavra sobre os privilégios e roubos descarados de bilhões de dólares.
Seria um erro imaginar que o movimento popular revolucionário no Egito obedece teoricamente a uma reação contra as violações de seus direitos mais elementares. Os povos não desafiam a repressão e a morte nem permanecem noites inteiras protestando com energia por questões simplesmente formais. Eles fazem isso quando seus direitos legais e materiais são sacrificados sem piedade de acordo com as exigências insaciáveis de políticos corruptos e dos círculos nacionais e internacionais que saqueiam o país.
O índice de pobreza afetava a imensa maioria de um povo combativo, jovem e patriótico, agredido em sua dignidade, sua cultura e suas crenças.
Como poderiam ser conciliadas o aumento incessante dos preços dos alimentos com as dezenas de bilhões de dólares que são atribuídos ao presidente Mubarak, aos setores privilegiados do governo e da sociedade?
Não basta agora que sejam conhecidos os números da fortuna, é necessário exigir que ela seja devolvida ao país.
Obama está afetado pelos acontecimentos egípcios, age ou parece agir como dono do planeta. A questão do Egito parece ser assunto seu. Não para de falar com líderes de outros países.
A agência efe, por exemplo, informa: “... falou com o primeiro ministro britânico, David Cameron; o rei Abdalá II da Jordânia e com o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, islâmico moderado".
"... o governante dos Estados Unidos avaliou a 'mudança histórica' que impeliu os egípcios e reafirmou sua admiração pelos seus esforços...".
A principal agência de informação americana, AP, transmite declarações dignas de atenção:
"Os Estados Unidos pede governantes no Oriente Médio com inclinação ocidental, amistosos com Israel e dispostos a cooperar com a luta contra o extremismo islâmico, ao mesmo tempo que protejam os direitos humanos".
"…Barack Obama defende uma lista de requisitos ideais impossíveis de satisfazer após a queda dos aliados de Washington no Egito e na Tunísia em revoltas populares que, segundo especialistas, se propagarão na região".
"Não existe perfil com esse currículo de sonho e é muito difícil que apareça um pronto. Em parte se deve a que, nos últimos 40 anos, os Estados Unidos sacrificaram os ideais nobres dos direitos humanos, que tanto defendem, em troca da estabilidade, a continuidade e o petróleo em uma das regiões mais voláteis do mundo".
" 'O Egito não voltará a ser o mesmo', disse Obama na última sexta-feira, depois que celebrou a saída de Hosni Mubarak".
"Mediante seus protestos pacíficos, os egípcios 'transformaram seu país e o mundo'", disse Obama.
"Enquanto ainda persiste o nervosismo entre vários governos árabes, as elites encasteladas no Egito e na Tunísia não deram sinais de que estejam dispostas a ceder poder nem a vasta influência econômica que tiveram".
"O governo de Obama insistiu que a mudança não deveria ser de 'personalidades'. O governo americano tomou essa posição desde que o presidente Zine el Abidine Ben Ali fugiu em janeiro de Túnis, um dia depois que a secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton, advertisse os governantes árabes em um discurso no Catar que sem uma reforma, os alicerces de seus países 'afundariam na areia'".
As pessoas não se mostraram muito dóceis na Praça Tahrir.
A Europa Press narra:
"Milhares de manifestantes chegaram à praça Tahrir, o epicentro das mobilizações que provocaram a renúncia do presidente do país, Hosni Mubarak, para reforçar os que continuam no local, apesar das tentativas da Polícia Militar de desalojá-las, segundo informou a cadeia britânica BBC."
"O correspondente da BBC que estava na praça cairota assegurou que o Exército está demonstrando indecisão diante da chegada de novos manifestantes..."
"O 'núcleo duro' (...) está situado em uma das esquinas da praça. (...) decidiram permanecer na Tahrir (...) para assegurar-se que todas as suas exigências sejam cumpridas".
Independente do que ocorra com o Egito, um dos problemas mais graves que enfrenta o imperialismo nesse instante é o déficit de cereais, que abordei na Reflexão de 19 de janeiro.
Os Estados Unidos emprega uma parte importante do milho que cultiva e um alto índice de sua colheita de soja para a produção de biocombustíveis. A Europa, por sua vez, emprega milhões de hectares de terra com essa finalidade.
Por outro lado, como consequência da mudança climática originada fundamentalmente pelos países desenvolvidos e ricos, está se criando um déficit de água doce e alimentos incompatível com o crescimento da população, a um ritmo que a conduziria a 9 bilhões de habitantes em apenas 30 anos, sem que a Organização das Nações Unidas e os governos mais influentes do planeta, depois das fracassadas reuniões de Copenhague e Cancun, tenham advertido e informado o mundo dessa situação.
Apoiamos o povo egípcio e sua valente luta por seus direitos políticos e pela justiça social.
Não estamos contra o povo de Israel, estamos contra o genocídio do povo palestino e a favor de seu direito a um Estado Independente.
Não somos a favor da guerra, mas sim a favor da paz entre todos os povos.
Fidel Castro Ruz, Havana, 21h14 de 13 de fevereiro de 2011

Juventude lidera atos contra aumento das passagens pelo Brasil

Pipocam pelos principais centros urbanos brasileiros diversas manifestações contra o aumento das passagens do transporte público neste início de 2011. Liderados primordialmente pela juventude, os protestos tomam conta das ruas e incitam debates sobre as melhorias na qualidade dos serviços prestados, bem como o preço incompatível que hoje é cobrado dos trabalhadores. De norte a sul, a galera se mobiliza e mostra que o velho e batido discurso de acomodação juvenil é balela.

A cidade de São Paulo, por exemplo, está contando com atividades praticamente semanais de reivindicações. O Movimento Passe Livre (MPL) vem organizando passeatas e conscientizando toda a população usuária dos ônibus e metrô da capital paulista sobre o aumento abusivo cometido pela prefeitura. Reunidos com o secretário de Transportes Marcelo Cardinale Branco no último sábado, 12 de fevereiro, representantes do MPL debateram e pressionaram a administração, cobrando explicações sobre a majoração de preço para 3 reais. Apesar de algumas repressões policiais violentas, o Movimento vem resistindo e promete novo protesto para a próxima quinta-feira, dia 17, às 17 horas, em frente à Prefeitura.
Já em Fortaleza, no Ceará, dirigentes estaduais da União Nacional dos Estudantes estão mobilizando os estudantes para manifestações contra os seguidos aumentos que, em 2011, será de 22%. Segundo nota de Ivo Braga, vice-presidente regional da entidade, “aumentar o valor da passagem é restringir o princípio básico de ir e vir dos cidadãos fortalezenses, dos trabalhadores e dos jovens que necessitam diariamente do sistema de transporte público para ir e vir do trabalho, da escola e da universidade. Além disso, em momento algum é apresentada qualquer contrapartida em termos de melhoria na qualidade do transporte coletivo ou da malha viária do município”.
Salvador foi outro ponto de ebulição dos jovens. O movimento Revolta do Buzu encabeçou uma série de manifestações na última semana, aproveitando o período de volta às aulas. Diversos pontos da capital baiana foram tomados pelos estudantes, que demonstravam sua insatisfação com o aumento de R$2,30 para R$2,50 da passagem. A repressão policial também foi forte por lá, e a vereadora Olívia Santana (PCdoB) foi agredida ao tentar defender um manifestante que apanhava de seguranças da Prefeitura sem identificação.
As mobilizações vêm ganhando apoio de diversos setores da sociedade civil, entre eles sindicatos, partidos e organizações. Além disso, a internet está funcionando como importante aliado na divulgação das ações, principalmente o Twitter. Na semana entre 7 e 11 de fevereiro, o MPL promoveu um tuitaço nacional, com o slogan “Quem não tuita quer tarifa” e marcando a campanha com a hashtag #contraoaumento, que chegou a ocupar o primeiro lugar dos tópicos mais comentados na rede social. Buscando mensagens por essa tag, é possível ficar por dentro das próximas atividades.
Fonte: UJS