29 outubro 2010

MEC repudia declarações do candidato José Serra sobre o ENEM

o Ministério da Educação lamenta profundamente que a cerca de 20 dias da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que movimentará sonhos e aspirações de 4,6 milhões de estudantes em todo o país, o assunto seja tratado de forma leviana pelo candidato à Presidência da República José Serra.

O candidato de oposição ao atual governo anunciou que quer acabar com o novo ENEM, um projeto construído pela rede federal de educação superior, com a participação das 59 universidades federais e dos 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia, em todo o país.

Após a reformulação do exame, a rede decidiu abandonar o vestibular tradicional em proveito de um sistema democrático de acesso à educação superior pública de qualidade. Este ano, a rede oferecerá mais de 83 mil vagas, preenchidas exclusivamente pelo ENEM, além das 140 mil bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni).

Desde 2004, os partidos de oposição, por meio do Partido Democratas (DEM), tentam junto ao Supremo Tribunal Federal a declaração de inconstitucionalidade do ProUni, que tem o ENEM como principal porta de entrada e já beneficiou mais de 700 mil jovens estudantes de baixa renda.

O candidato José Serra partidariza uma discussão que sempre foi tratada de forma suprapartidária pelo Ministério da Educação. O novo ENEM foi elogiado por parlamentares de diversos partidos, inclusive do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado Federal. É lastimável que o candidato agora se valha de um crime cometido contra o Estado e apurado pela Polícia Federal para partidarizar o debate sobre Educação.

Fonte: http://portal.mec.gov.br/

Reitores criticam declaração do candidato José Serra

Os reitores de diversas Universidades Federais também se posicionaram contra a declaração do candidato José Serra acerca do ENEM. O reitor da UNILA, Hélgio Trindade, declarou que, “como ex-presidente da Comissão Nacional de Avaliação (CONAES) e atual Reitor da UNILA, manifesto meu repúdio e solidariedade ao MEC diante da posição do candidato José Serra sobre o ENEM. A aprovação pelo Congresso Nacional, em 2005, da Lei do SINAES, pela qual foi instituido o ENEM associado à avaliação institucional e dos cursos, foi um avanço indiscutível sobre o antigo 'provão'. Nos últimos anos, o ENEM se consolidou como uma importante ferramenta para orientar a qualidade do ensino médio, selecionar os alunos bolsistas do PROUNI e a forma mais democrática e inclusiva no acesso dos alunos às universidades, adotado integralmente pela UNILA”.

A reitora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Malvina Tuttman, condenou a declaração do candidato e afirmou serem inconsistentes as afirmações de Serra. “Enquanto uma das representantes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) no Comitê de Governança do ENEM, reafirmo a total lisura do Exame e o comprometimento e seriedade do Ministério da Educação em todas as fases do processo, desde a sua concepção, passando pela realização até a divulgação dos resultados. Importante ressaltar, ainda, a importância do ENEM para a democratização do acesso de jovens que, em muitos casos, foram historicamente excluídos das possibilidades de ingresso nas instituições federais de educação superior”.

Outro reitor a manifestar apoio ao exame foi Walter Manna Albertoni, reitor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “A experiência da Unifesp em ter participado da primeira edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), sistema que selecionou os candidatos por meio da nota do ENEM 2009, foi extremamente positiva, pois permitiu que os melhores candidatos com as melhores notas fossem selecionados, além de ampliar as possibilidades de mobilidade acadêmica”.

O reitor da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), Carlos Eduardo Cantarelli Wilson, destacou a importância do Exame para a mudança dos processos seletivos das universidades federais. “Já estava mais do que na hora de alterar a forma de acesso à educação superior pública no país e o ENEM responde a essa necessidade”.

O reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), uma das novas universidades criadas neste governo, Dilvo Ristoff, também destacou os avanços do ENEM como forma de seleção. “O ENEM de hoje – não o do tempo em que o candidato Serra foi governo – é um poderoso instrumento para orientar o ensino médio brasileiro e por isso tem tido excelente receptividade junto às universidades federais. A Universidade Federal da Fronteira Sul tem utilizado exclusivamente o ENEM em seu processo seletivo e continuará a fazê-lo nos próximos anos porque o exame substitui com muitas vantagens o vestibular tradicional”.

Outros reitores também manifestaram apoio ao ENEM: Luiz de Sousa Santos Júnior, da Universidade Federal do Piauí; Antonio Cesar Goncalves Borges, da Universidade Federal de Pelotas; Luiz Cláudio Costa, da Universidade Federal de Viçosa; Maria Beatriz Luce, da Universidade Federal do Pampa; Miriam da Costa Oliveira, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; João Carlos Cousin, da Universidade Federal do Rio Grande; Carlos Alexandre Netto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Natalino Salgado Filho, da Universidade Federal do Maranhão; Maria Lúcia Cavalli Neder, da Universidade Federal de Mato Grosso; Antonio Nazareno Guimarães Mendes, da Universidade Federal de Lavras e Amaro Henrique Pessoa Lins da Universidade Federal de Pernambuco.

Com Assessoria de Comunicação Social do MEC

Nenhum comentário:

Postar um comentário