01 abril 2009

ESSA CRISE NÃO É NOSSA!



30 mil tomam as ruas de São Paulo em ato unificado contra a crise



Seg, 30/03/09 19h49


Cerca de trinta mil pessoas participaram da manifestação unificada dos movimentos sociais, nesta segunda feira, em São Paulo. O ato, que fez parte do dia internacional de manifestações contra a crise convocado no Fórum Social Mundial, teve como eixos principais a luta contra as demissões, pela redução dos juros, por mais investimentos públicos e a defesa dos direitos trabalhistas e sociais. Em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), os manifestantes exigiram a manutenção dos empregos e direitos trabalhistas. Depois, saíram em caminhada e protestaram em frente ao prédio do Banco Central, onde cobraram a rápida queda nas taxas de juros e a demissão de Henrique Meirelles, defensor dos interesses dos banqueiros e sabotador do desenvolvimento nacional.
A passeata ainda desceu a Rua da Consolação rumo à Bolsa de Valores (Bovespa), símbolo brasileiro da voracidade por lucros dos "mercados". No entanto, a polícia proibiu o trajeto, obrigando a marcha a terminar em frente ao Teatro Municipal. Tio Sam no xilindró
A irreverência da militância da União da Juventude Socialista mais uma vez fez sucesso e chamou a atenção dos manifestantes e da imprensa ao encenar a prisão do Tio Sam, "condenado a pagar pela crise".
A condenação do símbolo norte-americano é uma alusão ao fato de a crise capitalista ter como epicentro os EUA e como causa a ganância de seus especuladores. "A prisão do Tio Sam é a condenação simbólica do imperialismo. Eles [os imperialistas] são os causadores da crise, em razão da busca irracional de lucros cada vez maiores sem produzir nada, o que transformou a economia num grande cassino. Então, a juventude dá o recado: os EUA que paguem pela crise", disse Marcelo Gavião, presidente nacional da UJS.União para enfrentar a criseO tom da mobilização deste dia 30 de março na capital paulista foi a união dos movimentos sociais para o enfrentamento da crise. Em outros locais do país, manifestações com o mesmo caráter aconteceram.Participaram da organização da passeata todas as entidades centrais sindicais (CTB, CUT, CGTB, Força Sindical, Intersindical, Nova Central, UGT e Conlutas), as entidades estudantis UNE e UBES, o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, movimentos de luta pela reforma urbana, organizações da luta feminista e antirracista, além de partidos políticos. O encerramento do ato demonstrou que as diferentes posições políticas das entidades não devem impedir a soma de esforços para barrar o que a crise traz de mais dramático: os efeitos nefastos para a vida do povo.


De São Paulo,Fernando Borgonovi